sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Aranhas brasileiras


                                                                  Aranha Armadeira

A armadeira, também conhecida como aranha macaco ou aranha de bananeira, é a designação comum às aranhas do gênero Phoneutria (do grego phoneútria, "assassina"), da família dos ctenídeos. O nome comum armadeira vem da sua atitude invariável de ataque, com as patas dianteiras erguidas.

Características – possuem cor cinza ou castanho escuro e pelos curtos no corpo e nas pernas. Próximo aos ferrões os pelos são vermelhos. O corpo é coberto por pêlos curtos, aderentes, marrons acinzentados, o segmento basal da quelícera tem pêlos vermelhos. No dorso do abdômen há pares de manchas claras formando uma faixa longitudinal e desta seguem filas laterais oblíquas de manchas menores. O ventre da fêmea é negro e do macho alaranjado, apresentando o macho um colorido geral mais claro, amarelado. As pernas apresentam espinhos negros implantados em manchas claras. Quando adultas, chegam a atingir até 17 cm de comprimento, incluindo as pernas. O corpo tem de 4 a 5 cm. Não fazem teias. Tempo de vida atinge aproximadamente 4 a 5 anos, geralmente morrendo após a última postura por estarem bem debilitadas.
Habitat –  comum  na Mata Atlântica.  Podem  ser encontradas em lugares escuros, terrenos baldios, zonas rurais, buracos na terra, entre folhagens de arbustos, sob troncos de árvores, no interior escuro das bainhas das folhas de coqueiros ou palmeiras derrubadas ao chão ou dentro das bainhas das bananeiras, inclusive entre os cachos de frutas, pilha de lenha, telhas e tijolos. Podem entrar por debaixo das portas das residências, escondendo-se dentro de calçados.

Ocorrência – em todo o Brasil.

Hábitos - são errantes, crepusculares, noturnos e solitárias. Durante o dia, se esconde em plantas ou outros lugares. Geralmente à noite saem para caçar. Caminham em vários locais a fim de buscar alimento, ocorrendo a entrada nas residências para se abrigar também. São muito agressivas, costuma irritar-se facilmente e assumem postura ameaçadora, levantando as patas da frente quando se sente ameaçada, expondo seus ferrões, "arma o bote" e salta sobre sua vítima, de onde vem seu nome. Consegue saltar distâncias de até 40 cm. É feroz, desferindo várias picadas seguidas e injetando veneno em cada uma.

Alimentação – alimentam-se de insetos em geral e pequenas lagartixas.

Reprodução – ovíparas. Costumam acasalar-se no inverno. Sua ooteca é reconhecida por ter um formato de um prato, é branca, onde a mãe fica em cima cuidando. O desenvolvimento se dá entre 20 e 25 dias, a postura possui em torno de 700 ovos. Os filhotes após o nascimento, tecem seu próprio fio, o que vai formar um lençol horizontal, e toda noite tecem um novo lençol, subindo cinco centímetros até alcançarem aproximadamente meio metro do solo, é um mecanismo onde eles podem ter sua primeira refeição praticando o canibalismo e ficam longe de predadores até que consigam partir para sua vida errante.

Ameaças – matança indiscriminada

Cuidados - são comuns os acidentes, podendo ser graves para crianças menores de 7 anos. O sintoma predominante é uma dor intensa no local da picada que persiste durante algumas horas e irradia-se por toda a região, ocasionando queda de pressão, prostração, tontura, vômitos, dispnéia, sudorese, aumento das secreções glandulares e espasmos. O tratamento em geral consiste de aplicação local de anestésico e, em casos graves, de aplicação do soro antiaracnídico. Os acidentes ocorrem quando colocamos a mão em ambientes escuros, ou dentro de caixas, calçamos os sapatos, etc. A aranha pica ao sentir o movimento a sua frente, o que para ela é uma ameaça. Toda pessoa agredida por aranhas deve ser encaminhada ao Pronto Socorro e se possível levar a aranha para identificação. Lembre-se sempre que a rapidez de atendimento em acidentes com qualquer animal peçonhento pode significar a diferença entre a vida e a morte. A auto-medicação pode ser fatal e não deve ser realizada. Procure sempre um médico e o pronto socorro mais próximo.


                                            Aranha marrom
                                           
As aranhas-marrom (Loxosceles spp.) são aracnídeos venenosos, conhecidas por sua picada necrosante. Elas são membros da família Sicariidae.
As aranhas-marrom têm um comprimento total de cerca de 7–12 mm (um terço disso sendo o corpo, de coloração típicamente marrom) e dois olhos na cor branca. Algumas apresentam o desenho de uma estrela no cefalotórax. De teias irregulares, têm como característica a peregrinação noturna e a alta atividade no verão. Durante o dia permanecem escondidas sob cascas de árvores e folhas secas de palmeira - na natureza - ou atrás de móveis, em sótãos porões e garagens - no ambiente doméstico.




Características – coloração amarelada, sem manchas. São aranhas pequenas chegando a atingir de 3 a 4 cm, incluindo as pernas. Apresenta no cefalotórax, um desenho amarelo em forma de estrela. O corpo atinge de 1 a 2 cm. Os machos têm corpo menor e pernas relativamente mais longas. O cefalotórax é baixo, isto é, não ultrapassa, em altura, o abdômen. Os pêlos são poucos, curtos, quase invisíveis. Uma de suas características morfológicas descritivas são os olhos que encontramos em número de 6 em três pares, sendo que a característica comum das aranhas é possuir 8 olhos. Seu abdômen aparenta ser glabro, mas ao ser vista em um microscópio estereoscópio (lupa), podemos ver a presença de pêlos, possuem ainda as pernas finas. Vivem cerca de um ano e meio. É a aranha brasileira de veneno mais ativo.
Habitat – ambientes domésticos, escuros e úmidos, folhas secas de palmeiras, nas cascas ou sob as mesmas, atrás de móveis, sótãos, garagens, etc.



Ocorrência – em todo o Brasil.


Hábitos - possuem hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia. Vivem em teias irregulares, semelhantes a um lençol de algodão, construídas em tijolos, telhas, tocos de bambu, barrancos, cantos de parede, garagens, geralmente em lugares escuros. Fazem uma teia que parece fios de algodão que formam um tipo de lençol, sem uma forma definida, onde afunila para um buraco no barranco, raízes, folhas caídas, montes de telhas, tijolos, etc. Não são agressivas.


Alimentação – alimentam-se de pequenos insetos alados, baratas, pequenas aranhas, grilos, que entram na região de seu refúgio, costumam envolver sua presa em teia para depois comer.


Reprodução – o vípara. As fêmeas alcançam a maturidade sexual em média aos 328,5 dias e os machos em 454,7 dias. Uma fêmea pode produzir até 15 ootecas que contêm de 22 a 138 ovos com gestação de aproximadamente 23 dias. P roduzem uma ooteca arredondada, de cor branca. Podem então proliferar-se extraordinariamente.

Ameaças – matança indiscriminada.


Cuidados - os acidentes são raros, porém geralmente graves. Picam somente quando são comprimidas ao corpo quando, por exemplo, vestimos uma calça, um sapato, um boné, etc. Como sua picada não é muito dolorida muitas vezes as pessoas pensam tratar-se de alguma "farpa" presa à roupa e não dão muita importância. Sua toxina tem ação necrosante, provocando ações lesivas como proteolítica, hemolítica e coagulante. Os primeiros sintomas de envenenamento são uma sensação de queimadura e formação de ferida no local da picada. O tratamento é feito com soro antiaracnídico ou antiloxoscélico.

                                                   Viuva negra


A viúva-negra (Latrodectus mactans) é uma espécie de aranha da família teridiidea, de gênero cosmopolita, distribuída por toda a América. A fêmea possui coloração negra brilhante, com larga mancha vermelha em forma de ampulheta na superfície ventral do abdômen, e cerca de 1 cm de comprimento. O nome provém do fato de a fêmea geralmente se alimentar do macho após a cópula. Sua picada é muitas vezes fatal. No Brasil, é encontrada atualmente próxima ao mar, sobretudo em praias pouco frequentadas. É amplamente encontrada em torno da Baía da Guanabara.
Por ser uma aranha muito conhecida no Brasil e por saber-se que sua peçonha é muito forte, há a alusão de que esta é a aranha mais venenosa que existe. Porém, mesmo no Brasil, existem dois gêneros considerados de maior perigo: a aranha-marrom (Loxosceles sp.), e a armadeira (Phoneutria sp.), sendo esta última considerada por muitos a aranha mais peçonhenta do mundo, ambas encontradas em praticamente todo o país.
Durante a cópula (ato sexual), o macho introduz sua genitália (palpos modificados em bulbo espermático) conhecida como êmbolo na vagina da fêmea. Logo após a introdução dos espermatozoides, com um movimento brusco o macho quebra sua genitália dentro da espermateca para garantir sua perpetuação, impedindo que outro macho copule novamente com a mesma fêmea. E como os aracnídeos são providos de sistema circulatório aberto, o macho após a cópula morre por hemorragia perdendo seu fluxo sanguíneo.
A viúva-negra também é conhecida pelo nome de aranha-do-linho. Os sintomas da picada costumam aparecer entre 40 e 60 minutos após o ataque e se caracterizam por sudorese (eliminação excessiva de suor nas glândulas e perda de calor), dor local intensa, dor no abdômen e em casos graves, choques. As viúvas-negras podem tecer teias. Costumam a ficar em ambientes escuros e frescos.

 


Características – seu nome é originado do fato de o macho ser muitas vezes menor do que a fêmea e, na época de acasalamento, ele ter de ser muito veloz na cópula, pois se a fêmea o percebe por baixo de seu corpo, ele é invariavelmente ingerido como alimento. São aranhas pequenas, a fêmea medindo de 2,5 a 3 cm (o corpo com 1 a 1,5 cm) de comprimento e o macho é de 3 a 4 vezes menor. Possuem o abdômen globoso, ooteca esférica. A coloração é preta, com manchas vermelhas no abdômen e às vezes nas pernas. Apresentam desenho de cor vermelha, em forma de ampulheta, na face ventral. São conhecidas também por flamenguinhas.

Habitat – sob vegetação arbustiva e também perto de residências.


Ocorrência – em todo o Brasil.


Hábitos - não são agressivas, picam somente quando comprimidas ao corpo, como por exemplo quando calçamos um sapato, ou colocamos um boné. São sedentárias. Podem viver aglomeradas em grupos, porém não são aranhas sociais. Pode-se encontrar uma pequena quantidade de viúvas-negras com teias próximas umas das outras. No entanto, cada uma possui sua própria teia. Constroem e vivem em teias irregulares sob vegetação rasteira, em arbustos, plantas de praia, barrancos, etc., em lugares escuros.


Alimentação – carnívoras, alimentando-se de moscas, mariposas, formigas, besouros, escorpiões e outras aranhas . Havendo falta de alimentos, pode ocorrer canibalismo (alimentam-se de membros da mesma espécie).


Reprodução – o casulo onde os ovos são depositados é maior que o corpo da aranha. Dele saem dezenas de filhotes.


Predadores naturais – Aves

Ameaças – matança indiscriminada.

Cuidados - sua peçonha neurotóxica possui ação difusa sobre o sistema nervoso central, medula, nervos e músculos lisos.  Geralmente, seu veneno
é extremamente potente e mortal. Porém, a espécie brasileira não oferece perigo aos seres humanos, tanto que não se produz soro, no Brasil, para este tipo de acidente. L ogo após a picada, aproximadamente depois de 35 minutos, inicia-se uma dor local, do tipo mialgia, de intensidade e extensão variáveis, sudorese, agitação psicomotora, podem ocorrer também a taquicardia, hipertensão arterial e arritmias cardíacas, dores abdominais, cãibras. O veneno da viúva negra tem ação neurotóxica. Vítimas como crianças, pessoas com cardiopatias, gestantes e idosos, são considerados como do grupo de risco, devendo ser o tratamento, mais intensificado devido a probabilidade de posteriores complicações. Havendo necessidade, pode-se importar o soro anti - latrodectus fabricado na Argentina e na Venezuela. Seu tratamento pode recomendar a soroterapia mas, normalmente, é feito acompanhamento médico e tratado conforme a sintomatologia.